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Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 70, n. 110, p. 215-236, jul./dez. 2024215INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E SISTEMA JUDICIÁRIO - NOVAS PERSPECTIVAS E ANTIGOS DESAFIOSARTIFICIAL INTELLIGENCE AND THE JUDICIAL SYSTEM - NEW PERSPECTIVES AND OLD CHALLENGESKarine Borges de Liz*Resumo: Embora esteja se tornando uma ferramenta cujo uso alcança escalas cada vez maiores, a Inteligência Artificial (IA) é, de modo geral, uma grande desconhecida das pessoas quanto ao que ela realmente é, o que pode verdadeiramente fazer, e o que não lhe é possível realizar. A par desse desconhecimento há um outro fato instigante: a IA vem se tornando cada dia mais invisível à percepção humana, muito embora sua influência seja crescente. Essa combinação inusitada de situações traz graves implicações para os mais variados campos da atuação humana, especialmente para o sistema judiciário - tanto no Brasil como fora dele. Assim, partindo da temática proposta para esta publicação1, o presente artigo tem por propósito trazer esclarecimentos objetivos sobre a IA e abordar algumas questões referentes à sua presença no sistema judiciário em relação a aspectos jurídicos e éticos, para, ao fim, buscar responder a seguinte indagação: A implementação da IA no sistema judiciário brasileiro conseguirá a pacificação social dos conflitos de forma mais eficaz que a inteligência humana?Palavras-chave: inteligência artificial; tecnologia; ética; sistema judiciário; aspectos jurídicos.Abstract: Although it is becoming a tool whose use reaches everincreasing scales, Artificial Intelligence (AI) is, in general, largely unknown to people regarding what it really is, what it can truly do, and what it cannot * Especialista em Direito Eleitoral pela PUC-Minas e em Direito Administrativo pela FURBSC. Membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (ABRADEP). Analista Judiciária do TRE-SC. 1 Inteligência Artificial e sistema judiciário: aspectos jurídicos e éticos de sua implementação.

