Page 184 - REVISTA DO TRT3 Nº 101
P. 184

184


               ABSTRACT

               This  article  aims  to  study  the  correlations  between  the  sexual
          harassment institute and domestic workers, particularly with regard to the
          probative difficulty and the possibilities of applying the Dynamic Theory
          of Distribution of the Burden of Proof, as well as the treatment that the
          Justice of the Brazilian work reserves the issue. We highlight the use of
          Intersectional Theory as a method of analyzing social relations, considering
          race, class and gender as determinants in the study of paid domestic work.

               Keywords:  Domestic  workers.  Sexual  harassment.  Probative
          difficulty. Intersectionality.


               1     INTRODUÇÃO
               2     TRABALHADORAS DOMÉSTICAS,  DISCRIMINAÇÃO DE
                     GÊNERO E ASSÉDIO SEXUAL
               2.1.  Segregação ocupacional e as trabalhadoras domésticas no
                     Brasil
               2.2.  Discriminação de gênero das trabalhadoras domésticas à
                     luz da Teoria Interseccional: sexismo, racismo e classismo
               2.3.  Reflexos no instituto do assédio sexual
               3     PODER EMPREGATÍCIO E O ASSÉDIO  SEXUAL DAS
                     EMPREGADAS DOMÉSTICAS
               3.1.  Requisitos à configuração do assédio sexual no âmbito da
                     Justiça do Trabalho e os limites ao poder empregatício
               3.2.  A dificuldade de prova processual e a Justiça do Trabalho
               4     CONCLUSÃO
               REFERÊNCIAS


               1 INTRODUÇÃO

               Em  prol  da  compreensão  do  propósito  deste  artigo,  deve-se
          atentar  a  alguns  parâmetros  e  elementos-chaves.  O  primeiro  deles  é  a
          interseccionalidade , conceito sociológico voltado ao estudo da interação
                           1

          1    O conceito de “interseccionalidade” foi cunhado em 1991 por Kimberlé Williams Crenshaw, estadunidense,
            feminista e professora especializada nas questões de raça e de gênero. Porém, o termo interseccionalidade
            associado a fatores de raça e gênero provém já do século XIX, também, nos Estados Unidos, das autoras
            Anna Julia Cooper, Maria Stewart e outros. Segundo Ochy Curiel, na América latina, os estudos sobre
            racismo e sexismo existem desde os anos 1980. Porém, Maria Lugones precisa que, durante o século XX,
            os estudos feministas não faziam sempre uma relação com a raça (MOUGEOLLE, 2015).


                Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 66, n. 101, p. 183-215, jan./jun. 2020
   179   180   181   182   183   184   185   186   187   188   189