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                                    Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 70, n. 110, p. 237-257, jul./dez. 2024242de fornecer capacidade computacional, bem como dados, algoritmos, APIs, entre outras soluções para se projetar, treinar e aplicar modelos da área em máquinas, aplicativos, processos etc.Nessa esteira, o Supremo Tribunal Federal (Brasil, 2023) lançou, em 2023, a ferramenta VictorIA de Inteligência Artificial à plataforma STF-Digital, que utiliza o aprendizado de máquina - “machine learning” - para realizar a triagem de processos e identificação de temas de repercussão geral, bem como para evitar o recebimento de demandas repetitivas vindas de outros tribunais, a fim de aumentar a celeridade, consistência e segurança jurídica aos processos que tramitam na corte.O Superior Tribunal de Justiça (Brasil, 2021) no intuito de contribuir para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável - ODS 16 da Agenda 2030 da ONU, voltado ao objetivo maior de promover paz, justiça e instituições eficazes, adotou projetos de inteligência artificial como Athos, Sócrates, Accordes, E-Pet e de automação da publicação.Com efeito, o Athos visa acelerar e tornar mais eficiente a triagem e a identificação de processos aptos à afetação para julgamento sob o rito dos recursos repetitivos; já o Sócrates realiza a análise semântica das peças processuais, com o objetivo de facilitar a triagem de processos, identificar casos semelhantes e localizar precedentes relevantes. Além disso, com o uso de inteligência artificial, contribui para a identificação antecipada das controvérsias jurídicas em recursos especiais (Brasil, 2021).Dando seguimento a esse movimento, o uso de inteligências artificiais também se disseminou nos tribunais, podendo ser assim exemplificado: o Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco (Brasil, 2019) utiliza-se do robô Elis; o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (Brasil, 2024) passou a operar com a plataforma Assis; e o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (Brasil, 2018) desenvolveu a ferramenta Radar.Esses são alguns dos exemplos de inteligências artificiais que vêm sendo adotadas pelo sistema de justiça nacional. Ressalte-se que, de modo a fomentar a inovação e a efetividade no acesso à justiça por meio das tecnologias emergentes, também desponta a chamada “Justiça 4.0”, iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ, 2021, 2024), que, desde 2020, busca acelerar a transformação digital do poder judiciário, por exemplo, a partir da implantação o juízo 100% digital; da plataforma sinapses/inteligência artificial; do balcão virtual; da plataforma codex; 
                                
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